28 dezembro 2014

Cortar o cabelo

Primeiramente quero pedir desculpas a todos os meus três leitores pelos dois meses que não postei aqui. Novas tarefas surgiram na minha vida, e... e não vou dar mais explicações porque o blog é meu e eu escrevo a hora que eu quiser, não é mesmo, amiguinhos?

Existem muitas coisas entediantes na vida, mas com certeza as três mais entediantes são: comprar roupas, principalmente se os vendedores tiverem aquelas gírias de surfistas e acharem que são seus amigos de infância; assistir Faustão; e, por último mas não menos entediante, cortar o cabelo. Sério. Cortar o cabelo é muito chato. Toda vez que eu tenho que cortar o cabelo, eu olho para o cabelo e olho para o pulso, olho para o cabelo e olho para o pulso. Infelizmente o barbeiro só corta o cabelo.

Não sei explicar por que eu odeio tanto cortar o cabelo. Acho que é a união entre o tempo perdido com o preço pago nessa atividade. Pode ser também porque não passa no questionário que eu acabei de inventar e que realmente funciona: 1. O que eu vou fazer é melhor do que dormir? 2. O que eu vou ganhar vale o dinheiro investido? Cortar o cabelo não passa na primeira pergunta. Sinônimo de felicidade, para mim, é ser careca.

A consequência desse meu ódio é que de tempos em tempos meu cabelo fica impenteável, e é por isso que desde criança eu uso boné. Diferente do que muitos pensam, o boné não serve para cobrir os olhos do sol, mas para cobrir o cabelo dos outros olhos. Aliás acho que todas vestimentas têm essa função. É por isso que nada me tira da cabeça as muçulmanas são na verdade chewbaccas.


Vocês podem estar achando tudo isso um absurdo, mas acho que vão me dar razão quando eu disser que o corte de cabelo custa 25 (vinte e cinco; 1 real vinte e cinco vezes; duas notas de dez e uma de cinco; cinco notas de cinco; dois milk-shakes e ainda sobra) reais. Puta que pariu! É muito caro. Meu amigo que é da cor do fundo desse blog disse que por 25 reais o barbeiro tem que deixar o cabelo dele loiro e liso. E eu concordo com ele.

Sempre que estou com preguiça de ir cortar o cabelo, aparece um para falar: “o barbeiro tem família, hein”. E eu com isso? O cirurgião plástico também tem família, e nem por isso eu te enchi o saco. Sua mãe infelizmente também não pensou na família dos funcionários da clínica de aborto, não é mesmo?

Mudando de assunto, existe nome para cada corte de cabelo? Eu vou ao salão há muitos anos e nunca soube o nome de nenhum corte. O nome do meu é “só dá uma abaixada aí”. Podem copiar. Sempre que eu peço isso, tenho medo do barbeiro ser fã do Chaves e acabar se agachando.      

Toda vez que vou ao Salão Brasil, a televisão está ligada no History Channel. Isso é bizarro. Quando você vai a outras barbearias, você fica sabendo o que está acontecendo no seu bairro; já no Salão Brasil, você fica sabendo o que acontece na Mesopotâmia. Uma conversa muito comum de pessoas que acabaram de sair do Salão Brasil:
— Tá sabendo da novidade?
— Não. O que é?
— Colocaram fogo em Roma.

Eu lembro de uma vez, há muito tempo atrás, que o barbeiro, depois de algum tempo cortando meu cabelo em silêncio, perguntou: “tirar a costeleta?”. Meu coração disparou. Não lembro quantos anos eu tinha, só lembro que, na época, não sabia o que era costeleta. Respondi rapidamente que não. Pensei: “melhor não tirar. Não sei que merda é essa. Depois ele tira, e eu vou pra casa mancando... tô fudido. Melhor não”.

Observações finais:
- Esse cara seria um ótimo barbeiro: Seu Dente Bom
- Por que funcionários da clínica de aborto devem passar fome: Aborto
- Vou tentar escrever mensalmente de novo.
- Se você tem alguma história bizarra de barbearia, comente aí.

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